segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Primeira busca e apreensão da minha vida na Polícia Federal

Compartilhar no Facebook


O delegado manda no grupo: Amanhã teremos uma busca e apreensão, alguém se voluntaria? E o novinho aqui, empolgadão, é um dos primeiros a levantar a mão. Beleza, amanhã, todos na delegacia às 3h30. Sairemos 4h para o ramal tal, para pegar o traficante X, que está traficando mesmo com a tornozeleira eletrônica.

Acordar 2h30 da manhã não é uma coisa gostosa de se fazer, pensei. Já comecei a me indagar se eu gosto mesmo desse negócio de busca e apreensão. Fico me perguntando: porque os bandidos não trabalham somente em horário comercial, hein? Não seria melhor para todos não?

Na operação para pegar esse traficante, eram 4 PFs, e mais uma galera de outras forças. Quanto mais, mais né? Menos chance de reação e é mais seguro. Porém, maior a chance de vazamento da informação de que estamos indo e de verem que estamos chegando.

Aqui, na fronteira, esses caras moram em ramais (ramal é uma pequena estrada de barro cercada por floresta ou fazendas). E, se sentirem o menor perigo, um cheiro que seja de polícia, correm para dentro do mato, e não tem quem ache. A área de busca é gigante e não temos cachorro. E esses ramais são pouco movimentados. Então qualquer movimentação a mais gera suspeita. Mas era o jeito ir assim, e fomos.

Chegamos na casa de X umas 6h. De madeira, paupérrima. - Polícia, abre! Gritamos. A mulher de X abriu, com um bebê no colo. A casa era pequena, quente, toda suja. Para a nossa surpresa (nem tanta assim!) o traficante tinha fugido. Certeza que viram a gente chegando e ligaram avisando. Pelas informações da tornozeleira, ele tinha ido para o mato e depois cortado e jogado ela fora.

Ainda tentamos encontrá-lo, as drogas e tudo mais, mas sem sucesso. A área era muito grande. As buscas foram infrutíferas. Voltamos umas 13h pra delegacia. Trouxemos alguns objetos suspeitos da casa. Mas nada tão relevante em curto prazo.

Perdemos essa apesar dos esforços. Fica para a próxima.

6 comentários:

  1. Bom dia! Pode nos mandar um e-mail? CONTATO@SAGAPOLICIAL.COM

    ResponderExcluir
  2. Aguarde...

    Ainda vai chegar uma apreensão daquelas pra você.

    : )

    ResponderExcluir
  3. Olá APF do Norte!

    Sou de Araçatuba e estudo para PF... gostaria de saber como funciona a remoção pois aqui em Araça tem uma Delegacia da PF.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cara, vc pode ser removido ex oficio ou pode remover no concurso de remoção. Concurso de remoção tem toda vez que tem concurso público para o seu cargo. E ele leva em conta a pontuação do servidor.
      Na PF cada cidade tem sua pontuação específica. Que vai de 1 até 4 pontos. quanto pior o IDH da cidade, mais pontos ela vale.
      Ai, quando tem concurso público, faz-se um concurso de remoção interno. E as vagas que sobram ficam para os novinhos que estarão chegando da ANP.
      E a remoção ex ofício é por interesse da administração. Esse é bem mais difícil conseguir. Acontece muito quando vc tem uma habilidade específica. Por exemplo, se vc for piloto de helicóptero. Provavelmente muito breve, caso vc queira, te removem para o CAOP. Isso é só um exemplo.
      Espero ter respondido.
      Abraços.

      Excluir
  4. Caro APF do Norte!
    Aproveito para fazer mais uma pergunta que acredito já ter sido respondida por você, mas vamos lá:
    Qual você acha melhor, PF ou PRF? Sei que você escolheu a PF, mas por ter trabalhado nos dois órgão, falai sua opinião dos pontos positivos e negativos de cada um.
    Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rapaz, essa é uma pergunta de prova.
      Eu estou curtindo mais o trabalho da PF. Mas a PRF é muito bom também. Só que não tem quase nada de investigação.
      Todas tem seus prós e seus contras.
      PF tem os contras de ter delegado, e a polícia ser feita para eles. PRF tem o contra de só ser BR.
      Mas vai de cada um. Eu saí da PRF com muito medo de me arrepender. Até agora, tudo nos conformes. E o salário é maior na PF.

      Excluir

Manda bala!