terça-feira, 29 de julho de 2014

Superando-se para realizar um sonho

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Quem estuda para concurso, estuda de verdade, sabe que a vida de concurseiro, mesmo que só faça isso, não é fácil. Não é porque você não trabalha que vai ser simples e fácil. Bem, pode até ser um pouco mais fácil, mas ninguém senta do nada, hoje, a bunda na cadeira, e consegue estudar 8h por dia sem ter passado por uma adaptação antes. Um começo lento e progressivo. A gente sabe que é possível, mas assim como correr uma maratona, não se consegue isso do dia para a noite.

Você cansa de estudar, e como cansa! Para quem não está acostumado, 1 horinha que seja parece uma eternidade. E dá desânimo. Você se desespera, perde as forças e, muitas vezes, chora! Não tenha vergonha, o cansaço faz isso com a gente. A carga de responsabilidade e o medo da não-aprovação faz com que cada dia você exija mais e mais de você mesmo. E isso desgasta. Pergunte de qualquer concurseiro!

E foi exatamente o que aconteceu comigo após a minha não-aprovação no concurso de 2012 para Agente da Polícia Federal. Eu pensava: estudei tanto, me dediquei de verdade, e não consegui. Fiquei algum tempo sem querer saber de estudar. E realmente me bateu o desânimo e simplesmente comecei a me conformar com meu emprego atual. E, para querer ficar no meu emprego atual para sempre, é porque a vontade de estudar negativa.

Mas ocorreu algo que me levou a repensar minhas escolhas. Ao comparar meu resultado de 3 meses de estudos com o resultado de várias pessoas que estudavam há anos, vi que passei muito mais perto de ser aprovado que essas pessoas. E foi exatamente nesse momento que eu pensei: rapaz, acho que dá. Só um pouco mais de dedicação que dá. Porém, o próximo concurso da Agente da PF estava longe, nem tínhamos uma previsão.

Então, do nada (para mim foi do nada), saiu o concurso para Escrivão da Polícia Federal, 350 vagas, mais ou menos 1 mês após a prova de Agente. E o ânimo começou a voltar. Não era exatamente o que eu queria, mas muitos me disseram que escrivão também ia para operações, era polícia, fazia e acontecia. Pronto, lá estava eu debruçado sobre os livros, vídeo-aulas e questões novamente.

Ou seja, eu ainda não tinha entendido perfeitamente como se deve estudar para concurso público. Esperei, de novo, sair o edital para voltar a estudar. Sabemos que isso não dá certo para a maioria dos mortais (há uns semi-deuses que conseguem aprovação assim, não é meu caso). Há um lema dos concurseiros que diz: Deve-se estudar até passar, e não para passar. Esse lema ainda não cabia na minha mente de Juninho concurseiro.

Mas eu acreditava cegamente que conseguiria, que agora ia, e prossegui correndo atrás. Pensei, são só mais dois meses dedicados. Agora vai dar certo. E, adivinhem o que aconteceu logo em seguida? O concurso foi suspenso por não ter vaga para pessoas com necessidades especiais. Mais tempo para estudar e comemorar por poder me preparar melhor ou ficar chateado porque teria que esperar sabe deus quanto tempo?

Não cabe aqui uma discussão se PNE pode ou não pode ser polícia. Se é ou não compatível com o cargo. O negócio é que a briga estava no STF e hoje sabemos que se demorou quase 1 ano para resolver. E o que seriam só dois meses dedicados de estudos agora poderiam se tornar vários meses, pois ninguém sabia na época quando o STF resolveria o assunto. E isso foi mais uma reviravolta nos meus estudos.

Hoje em dia eu acho melhor um concurso suspenso do que não ter previsão de um. O concurso suspenso a gente sabe que ele vai ocorrer, então podemos focar nele. Temos o edital, a banca, o conteúdo programático e podemos nos planejar razoavelmente em cima do que foi lançado em edital, sem depender de editais anteriores, que é o caso de concursos sem previsão de ocorrerem. Mas mesmo assim uma suspensão abala o psicológico. E falarei sobre como isso me afetou no próximo texto.

4 comentários:

  1. Pra mim, PRF do Norte, esse desgaste emocional já faz parte, indiretamente, claro, da seleção do concurso.

    Já vai moldando o cabra para os contratempos da atividade policial.

    Sério!

    Inclusive, faz a gente valorizar a vitória mais que o resto do mundo, porque só a gente sabe de verdade o que passou...
    : )

    Excelente post!!!

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    Respostas
    1. Novinha, cada vez que você vem aqui me deixa mais animado para escrever.

      Eu concordo que essa tensão já vale para ir selecionando e vendo se o candidato aguenta o tranco. E que tranco!!

      Só quem passou em um concurso desse nível sabe que ver o nome na lista de aprovados não tem preço... porque "só a gente sabe de verdade o que passou..."

      Beijinhos.

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  2. /Mais um ótimo texto!/


    PRF do Norte,

    a saga é árdua!

    É ralar,
    se esforçar
    e
    descansar carregando pedras. Dureza...

    O que compensa é saber que depois de tudo, a vitória, o gosto da conquista acaba com toda e qualquer dor.

    Spartanski

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  3. Spartanski, a saga é árdua demais!!! Mas a recompensa é boa, hein! Sentir-se orgulhoso de si mesmo é bom demais.

    Deitar para dormir à noite pensando: eu consegui!! Nada paga isso e realmente acaba com qualquer dor.
    Muito bom ter você por aqui.
    Beijos.

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