PERGUNTAS FREQUENTES!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O valor do tempo no Curso de Formação e a saudade!


Ah o Curso de Formação Profissional, conhecido também como CFP. Tenho saudades. Não saudades da ralação, mas da aprendizagem, das pessoas, da segurança que os instrutores(as) passam, dos próprios instrutores e instrutoras, das brincadeiras. Das meninas bonitas.

Lá eu aprendi que 1 minuto é um tempo muito valioso - dá para comer uma barra de cereal, ir ao banheiro e encher a garrafinha de água para levar pra sala de aula.

Descobri também que em menos de 4 segundos você consegue sacar uma arma e atirar 6 vezes em 3 alvos distintos - dois tiros em cada alvo.

Aprendi que 3 meses passam rápido e que você pode sim enjoar de Florianópolis.

Aprendi que descansar somente aos domingos não é tempo suficiente para mim. Dizia que quando acabasse eu queria uma semana para dormir. Tire-me a comida, mas não me tire o sono!

Então, acho que o CFP é um mundo paralelo no qual você vive por 3 meses e ele muda sua vida. É muito intenso e vale muito a pena. Ele deixa saudades e muitos amigos. Pessoas que você jamais teria a oportunidade de conhecer e que jamais se reunirão ao mesmo tempo num mesmo lugar novamente.

A vida segue. Vamos para a próxima etapa.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Aulas de tiro no Curso de Formação da PRF

Assim que eu soube que havia passado em todas as etapas do concurso da PRF já comecei a pensar em como seria chegar na academia sem nunca ter dado um tiro. Pensei que, nesse caso, chegaria atrás dos outros aprovados e decidi: vou para um clube de tiro para praticar.

Chegando lá no clube pedi orientações. A dona do clube me ajudou a entender como funcionava a arma e me mostrou algumas técnicas e posições táticas para atirar. Assim se foram 50 disparos. Tiro visado, tiro instintivo, saque rápido, tiro duplo policial e tiro contra colete. Diversão total.

Pois bem, chegando à academia da Polícia Rodoviária Federal pensei: aula de tiro. Para mim, que trabalhava com papel em um ambiente de escritório, num belo dia quando entrei na sala de aula e vi uma PT 840 em cima da mesa de cada aluno, fiquei encantado. Nesse dia o instrutor deu 1 minuto para mexermos a vontade na arma. Depois as recolheu e começou uma aula teórica. Pensei: ahhh, e os tiros?

Pois antes de atirarmos de fato treinamos muito em seco. Tiro em pé, deitado, posição torre, saque rápido, tiro andando, andar tático, tiro à retaguarda, transição de armas, tiro abrigado, tiro com apenas uma das mãos e tudo que se pode imaginar. Nessa hora que eu descobri o que era olho diretor e que meu olho diretor era trocado.

Depois usamos munição de treinamento, aquelas que só servem para dar peso à arma e fingir que dispara. E com essa munição treinamos novamente: Tiro em pé, deitado, posição torre, saque rápido, tiro andando, andar tático, tiro à retaguarda, transição de armas, tiro abrigado, tiro com apenas uma das mãos e, novamente, tudo mais que se pode imaginar.

Após esse treinamento todo eu pensei: agora estou pronto. Quero chegar ao estande de tiro e arrebentar.

E então finalmente chegou o grande dia. A hora que todos esperavam ansiosos. O dia de atirar com a munição de verdade. Chegamos ao estande correndo e cantando canções militares. Aquelas que um fala e os outros repetem, sabe? Pois é. Todos de colete, óculos de proteção e abafadores de orelha, coldre de perna, bornal e porta carregadores no cinto tático. Eu praticamente me sentia no cargo. Agora sou PRF, empolgação (drama mode ON).

Pegamos a arma e o carregador. Colocamos a arma no coldre e os carregadores, agora municiados - com as munições brilhando-, nos porta carregadores e nos dirigimos para a linha de tiro. Recebemos a instrução de como deveríamos fazer, sinais de apito que deveríamos obedecer e pronto. Finalmente chegou a hora da diversão.

Porém eu nunca imaginei que ficaria tão nervoso. Quando o instrutor mandou alimentar e arma e carregá-la, minhas mãos já tremiam. Suava muito e pensei: e agora?? Quando o instrutor falou: ao som do apito, 10 tiros visados, ao seu tempo. Priiii (som do apito! :P). Meu coração gelou. Frio na barriga! Mas eu já tinha atirado, pensava, por que diabos estou tão nervoso? Era incontrolável, apesar de todo o meu esforço para tentar controlar.

Mesmo com todo o nervosismo eu saquei devagar, mirei e respirei fundo, não necessariamente nesta mesma ordem. Acho que respirei fundo antes de mirar, na verdade. Era difícil demais manter a mira no alvo, já que ela se mexia muito. E logo eu tomo um susto. Alguém deu o primeiro tiro. E cada tiro que alguém da linha disparava era um susto. Que coisa estranha, pensei. Vamos lá PRF do Norte, se concentra, porr@. E, após disparados os 10 tiros, e depois mais 10, eu continuava extremamente nervoso. Foi quando eu pensei: será que eu odeio atirar? (Depois eu descobri que não. Que muita gente também estava tremendo e que isso era normal.)

Nas aulas posteriores fui ficando cada vez mais tranquilo. Até que tudo era bem normal. Atirar era bom e eu me empolgava com a transição de armas e com o tiro duplo policial em vários alvos. Apesar de gostar muito, tiro não era a aula mais legal. A aula mais legal era a Condução Veicular Policial. Mas isso é outra história.

Então não rejeite algo que não gosta logo na primeira tentativa. Dê a chance desse algo tentar te convencer. (Como eu achei essa postagem sem sentido, resolvi falar isso no final!! :P). São as aventuras de um Curso de Formação Policial! PRF! Orgulho de Pertencer! Ou quase pertencer.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A realização de um sonho - acredite em você


Lendo o blog da novinha eu lembrei-me de como as pessoas não acreditam na gente enquanto a gente só está estudando para concurso público e ainda não passou em nenhum. Meu caso era Polícia Federal. Muitos falavam: para passar na PF tem que estudar muito! Outros: como assim você quer Policia Federal? Tem amigos que estudam há 5 anos e não passaram, você acha que em um ano e meio de estudos vai passar? Muitos ficam falando esse tipo de coisa.

Sempre que alguém falava algo que me botava para baixo, ou sempre que estava desmotivado, eu me lembrava de uma musica da Legião Urbana, que eu ouvia muito, e tem uma parte que fala: "nunca deixem que lhe digam que não vale a pena acreditar num sonho que se tem. Que seus planos nunca vão dar certo, que você nunca vai ser alguém". E isso me renovava os ânimos.

Mas, depois que você passa, as pessoas simplesmente mudam. E isso é fantástico. A sensação é incrível. Depois que saiu o resultado da prova objetiva eu fui à vila olímpica aqui da minha cidade pedir para um professor de Ed. Física me ajudar a me preparar para o TAF. Eu já tinha passado nas objetivas da PF e da PRF. Quando eu chegava para o treino na vila eu era o cara que tinha passado pro concurso da PF. Isso dá um orgulho bom, não dá? Pessoal comentava e congratulava.

Mesmo eu só falando para a minha mãe, pai e irmão da minha aprovação, logo os familiares começaram a ligar. Parabenizar e falar que eu era exemplo para os primos e parentes. Essa parte de ser exemplo é um pouco chata. Mas a parte de ser o centro das atenções nas reuniões familiares é legal. :P

Então é isso. Só pra dizer que é bom demais ser aprovado num concurso tão almejado por muitas pessoas. E melhor ainda é realizar, com isso, o sonho, o NOSSO sonho. E dizer para as pessoas que não botavam fé em você: Eu consegui! E nunca deixem que lhe digam que não vale a pena acreditar num sonho que se tem. Que lhe digam que seus planos nunca vão dar certo ou que você nunca vai ser alguém, NUNCA!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Bônus e ônus da profissão policial

O policial rodoviário federal Alexsandro Lamarck Duarte Oliveira faleceu em um acidente de trânsito registrado por volta das 15h deste sábado na altura do km 243 da BR-290, em Eldorado do Sul.

Quando eu comecei a estudar para o concurso da Polícia Federal, muito pouco eu entendia dos perigos inerentes à profissão policial. Eu só lembrava das coisas boas: distintivo e operações policiais eram o sonho. Ter a moral de agir em situações que só em dizer "Polícia Federal" já resolveria, também era um sonho.

Porém ser policial não são só sonhos. Existem os pesadelos também. E eles são duros e cobram seu preço. E a gente, quando passa nesses concursos e começa a conhecer muitos policiais, começa também a saber de tudo, ou quase tudo, que acontece no meio policial pelo Brasil afora. Ainda mais com o artifício do Whatsapp (zapzap para os íntimos), que faz com que as notícias corram quase da velocidade da luz, com direito a fotos e vídeos dos acontecimentos quase que ao vivo!

O primeiro susto que levei foi quando um policial civil, aqui do meu estado, morreu baleado no peito durante uma operação não tão bem sucedida assim (tudo filmado). Prenderam os meliantes, mas houve uma baixa do lado amigo. Isso me fez começar a pensar muito a respeito do assunto "perigo de ser policial". Eu já havia passado nos concursos da PF e PRF, e sabia que assumir um dos dois seria questão de tempo. Ficar no meu emprego atual de escritório ou ir pra rua correr riscos?

Até então eu nada sabia da PRF. Não conhecia nenhum PRF e pensava que os "guardas" nem corriam tantos riscos. Ser PM e Civil que era perigoso, pois tratavam direto com a bandidagem. E PF nem se fala, muito raro morrer PF em operação, pensei.

E então vieram as demais etapas (pós prova objetiva) dos dois concursos (PF e PRF) e depois o curso de formação da PRF. Conheci muita gente de ambas as polícias. Fiz muitos amigos. Participo de muitos grupos do Whatsapp. E então as notícias boas e ruins começaram a chegar:

Durante o curso de formação da Rodoviária Federal ficamos sabendo que um PRF de 2012 havia perdido o braço em um acidente com viatura. Traficantes jogaram uma pedra na rodovia causando o acidente. Novinho.

Porém, só nessa semana que passou aconteceram vários incidentes com PRFs que me deixaram assustado receoso.

1 - Um policial morto em acidente de viatura quando voltava de operação. Viatura aquaplanou, atravessou a via e deu de frente com um caminhão.

2 - Um caminhão, para empreender fuga, bateu na viatura, ferindo levemente um policial e lesionando a coluna do outro.

3 - Um instrutor da academia de polícia, ao abordar um carro, levou dois tiros: um no colete, outro no olho esquerdo. Está vivo por muita sorte, porém perdeu a visão do olho.

Três casos em menos de 7 dias. Fora um outro acidente ocorrido há mais ou menos um mês quando um policial morreu ao bater o caminhão da PRF em um outro que estava parado às margens da rodovia. Provavelmente dormiu ao volante voltando cansado para o posto após 24h de plantão. Digam-me se esses números não assustariam você!

Já nos diziam na academia: morre mais Policial Rodoviário Federal atropelado e de acidente de viatura do que de arma de fogo.

E será que mesmo assim vale a pena ser polícia? Correr esses riscos todos mesmo sem ter nenhum reconhecimento da sociedade vale realmente a pena? E, para responder a essas perguntas, eu faço outras: e eu vou fazer o que da minha vida, se ser policial é meu sonho e é pelo que eu acho que realmente vale a pena viver?

O melhor que podemos fazer como policiais é treinar, treinar e treinar. Tentar ser o melhor que se pode e melhorar sempre. Não poupar esforços para que nenhum tipo de incidente aconteça. Já diziam os instrutores: não vá além dos seus limites, saiba perder.

Se com todos esses cuidados já há muitas baixas, imagina sem! Ainda ecoa na minha mente a voz de uma instrutora: "Senhores, saibam perder, saibam perder. Umas a gente perde, mas depois a gente ganha"! E de um outro instrutor: "Vai morrer aluno, assim o senhor vai morrer"!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Não queremos um cargo, queremos um trabalho, buscamos um sonho!

A grande maioria dos aprovados em concursos policiais os fazem porque querem realmente ser policiais. Nós não queremos só ter um cargo e um salário, estamos perseguindo um sonho: Ser policial. Claro que o salário é bem vindo, sempre é, ninguém vive da luz solar, mas o sonho é a grande busca.

Após a prova objetiva, durante as demais etapas (são muitas) do concurso, era possível ver a vibração de cada candidato, era notório o esforço, era emocionante como cada um estava "dando o sangue" para ser aprovado e como se sentiam bem em ter conseguido chegar até ali. Víamos também a tristeza coletiva quando alguém ficava pelo caminho, mesmo sendo concorrente direto.

Um concorrente chegou a desmaiar de exaustão no teste de corrida de 12 minutos, de tanto que se esforçou, mas não desistiu! Desmaio mas não desisto, pensou ele, ante o valor de estar ali!

No final das contas, os 1000 primeiros aprovados em todas as etapas foram finalmente convocados para o tão sonhado Curso de Formação Profissional (CFP). Eu mesmo fiquei sem dormir alguns dias pensando como nesse tal CFP. A ansiedade era imensa. No curso foram 3 meses de ralação (nem tanta ralação assim, vai). Empolgação a flor da pele e muita diversão em cada disciplina, em cada instrução prática, em cada tiro dado.

Após o último fora de forma, no dia da formatura (23/05/2014), viam-se lágrimas e mais lágrimas de alegria. A impressão era que tinham jogado gás no salão, todos de olhos vermelhos e narizes escorrendo! Finalmente todas as etapas do concurso foram vencidas. O sonho estava quase se realizando. Finalmente seríamos Policiais. Policiais Rodoviários Federais. Como soava bem isso. De 1000 convocados para o curso de formação, 951 conseguiram concluir. E agora era só esperar a nomeação. Ahhhh, a nomeação... só alegria hein... Só que NÃO!

O que não sabíamos é que essa nomeação não viria tão cedo. Muitos haviam saído dos seus empregos, outros pediram empréstimo e alguns estão devendo até as calças, tudo isso para poder cursar o CFP. Afinal a nomeação sairia em uma ou duas semanas após o término, no máximo!!! Foram, na verdade, 3 meses de espera. Mas calma, ainda não terminou.

E, finalmente, após quase 3 meses de enrolação (se não tem explicação, só pode ter sido enrolação), em 18 de agosto de 2014, o MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), autoriza a nomeação de 501 dos 951 candidatos formados, adiando mais ainda (sabe deus até quando) o sonho de 450 candidatos formados. Falei que ainda não tinha terminado. E, adivinhem só, eu estou colocado após o 501º. Então, para mim, ainda não foi dessa vez. Muito obrigado, MPOG!

Agora acabou.

Desabafo: Ao nomear novos policiais não se pode falar em gasto público. Estamos falando de investimento em segurança pública. O sonho de uns é a segurança de muitos, nesse caso, usuários das rodovias federais. Passados mais de um ano da prova objetiva estão sendo nomeados apenas metade dos candidatos aprovados. E, só em 2014, vão se aposentar 800 PRFs. Ou seja, entrando 500, não estamos nem suprindo aqueles que estão saindo. Valeu Brasil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Rotina de Estudos para concurso público

Para quem quer ser aprovado em concursos de grande concorrência, como os da PF, PRF, Receita Federal, etc., qualquer hora é hora para estudar. Não adianta pensar: Ah, vou esperar até mais tarde, quando terei mais tempo, porque só tenho 20 minutos disponíveis agora. Esse é o tipo de pensamento que se faz perder tempo, e muito! Foram-se, nesse caso, 20 minutos jogados fora! Cada intervalo deve ser considerado tempo útil para os estudos, principalmente para quem trabalha 8h por dia. E, por isso, o planejamento e a organização nos estudos são tudo.

Quando eu realmente vi que só me organizando para lograr êxito no concurso almejado, fiz uma planilha com as minhas horas livres e quais delas eram passíveis de serem utilizadas para os estudos. Afinal, nem toda hora livre é hora útil de estudo. Um exemplo é a hora do almoço. Se você tem 1h de almoço, não adianta se cobrar também 1h líquida de estudos, já que se é necessário almoçar. Lembre-se de que se alimentar é fundamental para a cabeça funcionar bem. Mas também você não precisa gastar essa hora toda no almoço. Frações de hora são tempos de estudos importantes. E isso fez a diferença para mim.

Vamos ao meu caso:

Eu trabalhava 8h por dia, das 8 às 17h. Pedi para mudar meu horário de entrada para às 7h e saída para às 16h, dessa forma eu me obrigaria a acordar 1h mais cedo, ganhando 1h nesse processo. Ainda teria a vantagem de pegar menos trânsito saindo às 16h, deixando de perder tempo com o traslado.

Como eu queria o concurso da Polícia Federal, ainda tinha que me manter na academia, pois não adiantava nada passar na prova escrita e reprovar no TAF. Então, nesse caso, já seriam 8h para o trabalho mais 1h para a academia, ou seja, 9h do dia a menos para os estudos. Dessa forma eu só poderia estudar a partir das 16h, certo? Errado. Eu ainda tinha a hora do almoço. Eu almoçava em 15 minutos para poder ter 45 minutos de estudos. E rendia muito. Fora as frações de horas que eu estudava que me comprometerão se eu contar aqui! Mas esse é o pensamento: estudar em cada minuto disponível, cada fração de tempo, sempre que der. Parou para tomar um cafezinho, aproveite e resolva uma questão. Foi ao banheiro, leve o celular com o vade mecum. Entenderam? Espero que sim!

Mas, sem mais delongas, vamos à rotina diária completa:

7h às 12h - Trabalho
12h às 12h15min - Almoço
12h15min às 13h - Estudos (+ 45min de estudos)
13h às 16h - Trabalho
16h às 16h20min - traslado para o cursinho
16h20min às 16h40min - cochilo no carro no estacionamento do cursinho para recuperar as energias (não adianta estudar pensando em dormir)
16h40min às 17h - lanchando e acordando
17h às 18h15min - estudando na biblioteca do cursinho para aguardar a aula começar (+ 1h 15min de estudos)
18h15min às 21h30min - Aula do cursinho com 15 minutos de intervalo (+ 3h de estudos)
21h30min às 21h45min - traslado para a academia
21h45min às 22h45min - Academia
22h45min às 23h - traslado para casa
23h às 23h30min - jantar e banho
23h30min às 01h - Estudando em casa (+ 1h 30 min de estudos)
Aos sábados eu estudava 6h por dia, ou até o quanto aguentava. Sábado à noite e domingo eram meus horários de descanso / namoro.

Somando-se as horas de estudos chega-se a um total de 6h e 30 minutos diários. Nem todos os dias eu aguentava estudar após a academia devido ao cansaço e ao sono, mas eu sempre tentava. É muito importante você forçar e tentar estudar, a resistência vai aumentando a cada dia. Eu só parava quando já não conseguia somar 1 + 1.

Frisando: force a barra, lute contra seus limites, busque motivação. Você quer ou não quer passar? Ninguém disse que seria fácil. Ninguém disse que não doeria. Mas todos que passam por isso dirão que valeu a pena. E como valeu! Hoje, aguardando a nomeação, eu saio do trabalho às 16h e vou à academia. De lá, vou pra casa, sem pressa. Em casa, tomo banho, janto e vou jogar video game. Digam vocês: já valeu o esforço, não valeu?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Concurso suspenso, e agora?

E então, num belo dia de sábado, eu chego à aula de língua portuguesa, pela manhã, quando sou noticiado: o concurso pra Escrivão da Polícia Federal foi suspenso!
 - Suspenso por quê? Pergunto eu meio que desacreditando da notícia.

Fiquei completamente puto da vida meio chateado pelo motivo da suspensão: não havia previsão de vagas reservadas para deficientes (PNEs), como mandava a lei. Muitas discussões rolaram entre os concurseiros se devia ou não devia ter vaga reservada para Pessoas com Necessidades Especiais para cargo policial, mas nada disso levaria a nada, nossas vidas estavam nas mãos do STF, infelizmente.

Nessa época eu juro que mal entendia o Supremo Tribunal Federal e para que ele servia. Achava que era somente para atrasar as decisões. Juninho demais eu era!

Mas voltando ao assunto, ainda consegui me dedicar aos estudos por 15 dias após a suspensão do concurso. Depois disso, desanimei. Estudava umas 2 horinhas por dia somente, quando estudava. Parei de fazer cursinho e as demais aulas. Quase me conformei novamente em estar no atual trabalho. Comecei a sair aos sábados e dormir o dia todo aos domingos. E, pelas minhas "comprovações observatórias", esse desleixo todo é sinônimo de não aprovação em concurso algum.

Passando por essa situação toda, pude comprovar que ninguém é de ferro. Por mais motivado que estejamos, as pedras no caminho podem nos desanimar e, se não formos persistentes, podem nos derrubar. Esse chove-não-molha de um concurso acaba com as energias de qualquer um. Só quem estuda sabe.

Fiquei nesse desleixo até final de 2012, quando pensei: preciso reiniciar minha cabeça para poder continuar. Recuperar o gás, pois o sonho não tinha acabado, não para mim! Então tirei férias e esqueci completamente dos estudos.  Foram uns 20 dias de despreocupação total. Porém com data de volta aos estudos planejada: 14 de janeiro de 2013. Foi quando tudo voltou aos eixos e a caminhada para a aprovação estava traçada!

Quando voltei de férias descansado fui capaz de me reorganizar. Planejei os dias de estudo e como faria. Que dia descansaria e que dia sairia para relaxar a mente e esquecer completamente do concurso, todos precisamos desse dia de descontração. E assim o fiz. Segui todos os meus planos e, com alguma sorte, consegui a aprovação no concurso da PF e da PRF, esse último caiu no colo meio que sem querer (mas isso é outra história).

Próximos capítulos: descrever como eu estudava 6h por dia e me preparava para o TAF mesmo trabalhando 8h por dia de segunda a sexta. Planejamento é o segredo. E muita cafeína! hehehe

terça-feira, 29 de julho de 2014

Superando-se para realizar um sonho

Quem estuda para concurso, estuda de verdade, sabe que a vida de concurseiro, mesmo que só faça isso, não é fácil. Não é porque você não trabalha que vai ser simples e fácil. Bem, pode até ser um pouco mais fácil, mas ninguém senta do nada, hoje, a bunda na cadeira, e consegue estudar 8h por dia sem ter passado por uma adaptação antes. Um começo lento e progressivo. A gente sabe que é possível, mas assim como correr uma maratona, não se consegue isso do dia para a noite.

Você cansa de estudar, e como cansa! Para quem não está acostumado, 1 horinha que seja parece uma eternidade. E dá desânimo. Você se desespera, perde as forças e, muitas vezes, chora! Não tenha vergonha, o cansaço faz isso com a gente. A carga de responsabilidade e o medo da não-aprovação faz com que cada dia você exija mais e mais de você mesmo. E isso desgasta. Pergunte de qualquer concurseiro!

E foi exatamente o que aconteceu comigo após a minha não-aprovação no concurso de 2012 para Agente da Polícia Federal. Eu pensava: estudei tanto, me dediquei de verdade, e não consegui. Fiquei algum tempo sem querer saber de estudar. E realmente me bateu o desânimo e simplesmente comecei a me conformar com meu emprego atual. E, para querer ficar no meu emprego atual para sempre, é porque a vontade de estudar negativa.

Mas ocorreu algo que me levou a repensar minhas escolhas. Ao comparar meu resultado de 3 meses de estudos com o resultado de várias pessoas que estudavam há anos, vi que passei muito mais perto de ser aprovado que essas pessoas. E foi exatamente nesse momento que eu pensei: rapaz, acho que dá. Só um pouco mais de dedicação que dá. Porém, o próximo concurso da Agente da PF estava longe, nem tínhamos uma previsão.

Então, do nada (para mim foi do nada), saiu o concurso para Escrivão da Polícia Federal, 350 vagas, mais ou menos 1 mês após a prova de Agente. E o ânimo começou a voltar. Não era exatamente o que eu queria, mas muitos me disseram que escrivão também ia para operações, era polícia, fazia e acontecia. Pronto, lá estava eu debruçado sobre os livros, vídeo-aulas e questões novamente.

Ou seja, eu ainda não tinha entendido perfeitamente como se deve estudar para concurso público. Esperei, de novo, sair o edital para voltar a estudar. Sabemos que isso não dá certo para a maioria dos mortais (há uns semi-deuses que conseguem aprovação assim, não é meu caso). Há um lema dos concurseiros que diz: Deve-se estudar até passar, e não para passar. Esse lema ainda não cabia na minha mente de Juninho concurseiro.

Mas eu acreditava cegamente que conseguiria, que agora ia, e prossegui correndo atrás. Pensei, são só mais dois meses dedicados. Agora vai dar certo. E, adivinhem o que aconteceu logo em seguida? O concurso foi suspenso por não ter vaga para pessoas com necessidades especiais. Mais tempo para estudar e comemorar por poder me preparar melhor ou ficar chateado porque teria que esperar sabe deus quanto tempo?

Não cabe aqui uma discussão se PNE pode ou não pode ser polícia. Se é ou não compatível com o cargo. O negócio é que a briga estava no STF e hoje sabemos que se demorou quase 1 ano para resolver. E o que seriam só dois meses dedicados de estudos agora poderiam se tornar vários meses, pois ninguém sabia na época quando o STF resolveria o assunto. E isso foi mais uma reviravolta nos meus estudos.

Hoje em dia eu acho melhor um concurso suspenso do que não ter previsão de um. O concurso suspenso a gente sabe que ele vai ocorrer, então podemos focar nele. Temos o edital, a banca, o conteúdo programático e podemos nos planejar razoavelmente em cima do que foi lançado em edital, sem depender de editais anteriores, que é o caso de concursos sem previsão de ocorrerem. Mas mesmo assim uma suspensão abala o psicológico. E falarei sobre como isso me afetou no próximo texto.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Quando tudo começou - Rumo à Polícia Federal

Tudo começou quando pensei: odeio o que eu faço. E quando chegava a segunda-feira e eu já estava pensando na sexta-feira, vi que tinha algo errado e decidi: preciso fazer alguma coisa para mudar.

Eu já era funcionário público de uma empresa pública. O meu salário era bom. Bem parecido com o salário inicial da PRF e um pouco menor que o da PF (isso é só para termos um referencial, pois nessa época eu ainda nem sabia o que queria fazer).

Voltar a ser funcionário de empresa privada não era uma opção. Eu percebi, nessa altura do campeonato, que eu já não gostava do que eu fazia há algum tempo. Antes mesmo de trabalhar na empresa pública! Ou seja, precisava mudar de atividade. Mudar de profissão.

Fazer nova faculdade não era uma opção.Voltar a estudar para concurso ainda era uma opção remota. A preguiça me ganhava sempre. Jogar no computados nas horas vagas era o que eu fazia de melhor. E eu ficava tentando me convencer de que meu trabalho melhoraria e ficaria tudo bem.

Até que um dia ocorreu um fato relacionado ao meu trabalho na empresa pública que foi a gota d´água. Eu realmente não aguentava mais e precisava mudar. Foi quando decidi pela Polícia Federal. Fiquei sabendo que abriria em breve o concurso e resolvi que seria lá na PF meu novo trabalho. Um cargo que impunha respeito, pagava razoavelmente bem e tinha grandes chances de viajar em operações legais. Foquei nisso e foi quando tudo começou. Agora eu era o mais novo concurseiro do pedaço (pelo menos assim eu achava!).

Matriculei-me num cursinho achando que bastava uma reta final de estudos para ser aprovado num concurso desses. Minhas únicas horas de estudos eram durante as aulas nesse cursinho. Ia para a aula, morrida de sono, tentava assistir e anotava o que conseguia. Afinal, trabalhava 8 horas por dia, ia para a aula e depois, ainda, para a academia. Cansativo, hein, pensei!

Eu achava que era tudo que poderia fazer. Não tinha mais tempo que isso, pensava. Eu nunca tinha me dedicado para concursos. Todos aqueles concurso em que eu já tinha passado (3 até aquele momento) o fiz sem muito esforço. E achei que para a Polícia Federal seria assim também (pensamento de juninho mesmo).

Porém, comecei a conhecer o pessoal realmente concurseiro. Foi quando descobri que eu não era concurseiro coisa nenhuma. Comecei a ver a dedicação de alguns e mudar meu modo de pensar. Vi que da forma que eu estudava não teria a menor chance. Muitos assuntos novos. Nunca tinha estudado matérias de direito na vida. Era preciso estudar mais. Mas como, não tinha tempo!

Então saiu o edital da PF. Foi quando a minha mudança de pensamento veio, de fato. O lançamento do edital e uma aula motivacional que tivemos no cursinho antes de começar a reta final me fizeram mudar. Foi quando eu realmente comecei a dedicar horas do meu dia, horas essas que eu nem sabia que existiam, para os estudos. Parei de arrumar desculpas de cansaço e comecei a me dedicar. Isso aconteceu no início de 2012.

Para nós nos situarmos no tempo: entre eu me matricular no cursinho até a data da prova se passaram 3 meses. Nesses 3 meses aprendi, para mim, a melhor forma de estudar (cada um tem a sua melhor forma), conheci pessoas que me ajudaram muito (dicas e material) e descobri um novo mundo: O mundo dos concursos públicos.

Claro que em 3 meses de estudos eu não consegui a aprovação. Não dessa vez. Mas eu tinha mudado minha forma de pensar e, após a prova, eu pensei: se eu me dedicar de verdade, dá! Eu sei que dá.

E foi quando realmente tudo começou. Planejamento e estudos, rumo à aprovação.

Próximo texto: a preparação para os estudos.